Arte de Recicláveis - 8ºs Anos
"A arte, por não ser descartável, muito pelo contrário, ela é valorizada com o passar do tempo"
A ECOARTE MOVIMENTANDO O MUNDO
A durabilidade de um material, que entra na composição de um ambiente, também está de acordo com as normas da sustentabilidade. O motivo é simples: quando não precisa fazer troca frequente de um material, está poupando a Natureza de mais um resíduo nem sempre reaproveitado. A arte, por não ser descartável, muito pelo contrário, ela é valorizada com o passar do tempo, expressa bem este conceito.
Com o crescimento da preocupação ambiental, um grande movimento social encontrou eco também no mundo da arte: a ecologia. A redução, a reutilização e a reciclagem de diferentes materiais, além de desenvolver a consciência ecológica e proteger a natureza, abrem amplas possibilidades expressivas aos artistas.
A durabilidade de um material, que entra na composição de um ambiente, está de acordoo com as normas de sustentabilidade. O motivo é simples: quando não se precisa fazer troca frequente de um material, se está poupando a natureza de um resíduo nem sempre reaproveitado. A arte, por não ser descartável muito pelo contrário, é valorizada com o passar do tempo, expressa bem este conceito.
Os três Rs
* Entre as medidas atualmente propostas pelos defensores do ambiente, destaca-se a chamada política dos três Rs:
Reduzir – diminuir o consumo de materiais poluentes , bem como consumir menos produtos (como embalagens utilizadas no dia a dia);
Reutilizar – fazer uso de algum produto ou embalagem mais do que uma vez, combate a ideia do material descartável. Por exemplo, a utilização do verso de folhas de papel como rascunho;
Reciclar – transformar um material ou produto em outro diferente, geralmente por meio de um processo industrial. Por exemplo, a transformação de garrafas PET em tecido para camisetas.
Desde a Arte Moderna, os artistas passaram a utilizar os mais variados tipos de materiais em seus trabalhos. Antes, os materiais de arte eram, sobretudo, as tintas, as telas, o mármore, o bronze. Hoje, qualquer material pode ser material artístico: desde os mais caro (como o próprio dinheiro e jóias) até mesmo aqueles que já foram descartados e não têm mais valor. Muitos artesãos e designers desenvolvem produtos ecológicos reutilizando ou reciclando materiais.
Quando pensamos em arte ecológica, muitas vezes pensamos no brasileiro Vik Muniz, que transforma o lixo e outros materiais ignorados no nosso dia a dia em verdadeira arte. O artista utilizou utiliza uma grande quantidade de sucata para construir releituras de obras.
Arte e a natureza: a arte de recicláveis
Quando pensamos em arte de recicláveis, muitas vezes pensamos no brasileiro Vik Muniz, que transforma o lixo e outros materiais ignorados no nosso dia a dia em verdadeiras obras de arte. Mas saibam que há muitos outros artistas que trabalham com esse mesmo conceito, e conseguem chegar em resultados muito diferentes e criativos em suas peças.
Nesse tema vamos listar seis desses artistas que fazem da reciclagem uma maneira de representarem a sua arte. Reparem na riqueza de detalhes de cada trabalho e nos objetos muitas vezes inusitados que são utilizados.
Vik Muniz (São Paulo - SP - 1961)
Fotógrafo, desenhista, pintor e gravador.
Vicente José de Oliveira Muniz cursou publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP, em São Paulo. Em 1983, passa a viver e trabalhar em Nova York. Realiza, desde 1988, séries de trabalhos nas quais investiga, principalmente, temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação. Faz uso de técnicas diversas e emprega nas obras, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira. Em 1988, realiza a série de desenhos The Best of Life, na qual reproduz, de memória, uma parte das famosas fotografias veiculadas pela revista americana Life. Convidado a expor os desenhos, o artista fotografa-os e dá às fotografias um tratamento de impressão em periódico, simulando um caráter de realidade às imagens originárias de sua memória. Com essa operação inaugura sua abordagem das questões envolvidas na circulação e retenção de imagens. Nas séries seguintes, que recebem, em geral, o nome do material utilizado - Imagens de Arame, Imagens de Terra, Imagens de Chocolate, Crianças de Açúcar etc. -, passa a empregar os elementos para recriar figuras referentes tanto ao universo da história da arte como do cotidiano. Seu processo de trabalho consiste em compor as imagens com os materiais, normalmente instáveis e perecíveis, sobre uma superfície e fotografá-las. Nessas séries, as fotografias, em edições limitadas, são o produto final do trabalho. Sua obra também se estende para outras experiências artísticas como a earthwork e as questões envolvidas no registro dessas criações.
Único filho de pai garçom e mãe telefonista, ainda adolescente mudou-se para os Estados Unidos onde passou cinco anos vivendo de subemprego, muitas vezes dormindo na rua. Trabalhando numa molduraria de Nova Iorque, passou a fazer quadros kitsch e produzir estranhas e incomuns esculturas que lhe abriram as portas do circuito de arte da cidade.Serragem, açúcar, areia, papel de parede, jornais e lixo já foram usados em obras de arte por Picasso e Braque por volta de 1912 em Paris. Acrescentando novos elementos como algodão, chocolate, açúcar, arame, terra, barbante, especiarias, lixo, gel, mel, poeira e muitos outros, Vik Muniz, de uma maneira radicalmente criativa, produz obras que impressionam pela inovação e criatividade.
O trabalho mais barato de Vick Muniz custa 5 mil dólares, sendo que um conjunto de 14 painéis de sua autoria foi arrematado num leilão em Paris pela bagatela de 150 mil dólares. Sempre que vende um trabalho onde retrata problemas sociais ele doa parte da renda para instituições de crianças e adolescentes carentes.
"Os pobres precisam de dinheiro. É preciso ajudá-los diretamente". – diz com a experiência de quem já passou necessidades.
O documentário intitulado"Lixo Extraordinário" de produção inglesa e brasileira foi indicado ao Oscar de 2011. Esse documentário mostra todo o processo da montagem das imagens de Vik Muniz, formadas com lixo. Juntamente com catadores de material reciclável, que trabalham no aterro sanitário, localizado no Rio de Janeiro. Algumas das obras deste documentário fizeram parte da abertura da novela Passione.
Trailler oficial do documentário "Lixo Estraordinário"
Acervos importantes
As fotografias feitas por Vik Muniz fazem parte do acervo particular e de galerias em São Francisco, Madri, Paris, Moscou e Tóquio, além de museus como Tate Modern e o Victoria & Albert Museum, em Londres, o Getty Institute, de Los Angeles, e o MAM, em São Paulo. A obra Boom, integrante da série The Sarzedo Drawings, de 2002, fotografia de gelatina de prata com viragem, está disponível a apreciação no Museu do Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais.
Vik Muniz - Obra a base de molho e macarrão
Vik Muniz - Quebra Cabeça de Marilyn Monroe
Vik Muniz - Calda de chocolate
Vik Muniz - brinquedos
Jane Perkins
Essa artista britânica usa pequenas quinquilharias que são facilmente perdidas ou esquecidas em algum canto de nossas casas – como botões, bijuterias, grampos de cabelo, brinquedos antigos – para fazer releituras de quadros famosos.
Guarde cada botão perdido, cada brinco sem par e cada fecho estragado. As tampas de garrafas de refrigerante, os brindes Kinder (kinder ovo) e as presilhas do cabelo. Tudo pode ser aproveitado, pelo menos se fizer a arte da reciclagem, como Jane Perkins. A britânica domina a arte de transformar o conjunto dos objetos pessoais que já não usamos em quadros de personalidades conhecidas.
Jane Perkins com algumas de suas obras |
Perkins decidiu estudar têxteis na Faculdade de Artes e Tecnologia em Somerset. Inspirando-se nas cabeleireiras do Equador que punham todo o tipo de materiais no cabelo - descobriu-as enquanto estudava para o seu trabalho de conclusão de curso - no último ano da faculdade começou a fazer alfinetes decorados com jóias partidas, brinquedos e outros objetos pequenos. Chamando-lhes “Alfinetes de Memória”, recolhia objetos pessoais da infância para fazer estas peças, tornando cada uma delas totalmente única.
Em 2008 deu um passo em frente: utilizando a mesma técnica, começou a fazer retratos com o mesmo tipo de peças, que já foram expostos na Devon Open Studios. As personalidades disponíveis são as mais óbvias: há Barack Obama; Nelson Mandela colorido e cheio de botões e uma Elizabeth II recriada apenas com objetos de porcelana.
Jane Perkins - Rainha Elizabeth II
Jane Perkins - Mandela
Sayaka Kajita
Sayaka Kajita Ganz |
Nascida no Japão, Kajita costuma trabalhar com objetos de plástico descartáveis, como aqueles garfos e colheres que normalmente vemos em festas, para montar suas esculturas. O interessante é que com isso suas obras ganham uma incrível leveza que favorece a sensação de movimento. Parecem que voam, correm, entram, saem.
Ou seja, para esta escultora japonesa os garfos, facas, colheres e objetos de cozinha são matérias primas perfeitas para virarem autênticas obras de arte.
Além de seu talento para a criação da arte, tem uma visão muito bacana da vida, confira o que a artista diz e na sequência seu trabalho:
"Motivada por uma combinação da minha paixão de montar formas estranhas com a uma simpatia por objetos descartados, eu crio esculturas com a reutilização de objetos feitos de plástico.
Passei minha infância no Japão, mas eu cresci em vários países diferentes. O Xintoísmo Japonês acredita que todos objetos e organismos possuem espíritos, e objetos que são descartados antes do tempo choram dentro das latas de lixo. Recebemos este ensinamento desde a pré-escola e esta imagem ficou viva na minha mente. A constante necessidade de ajustar a um novo ambiente também me deu um forte desejo de me adaptar e criar harmonia ao meu redor.
Eu só seleciono objetos que já foram usados e descartados. Meu objetivo para cada objeto é transcender a sua origem e integrá-los para criar uma forma animal ou outro organismo que pareça estar vivo e em movimento. Este processo de recuperação e regeneração é libertador para mim como artista.
Construir essas esculturas me ajuda a entender as situações que me cercam. É uma maneira de me lembrar, que mesmo que haja um conflito, existe uma solução em que todas as peças podem coexistir pacificamente. Embora existam grandes lacunas em algumas áreas e pequenos buracos em outras, quando vistos de longe, existe grande beleza e harmonia em nossa comunidade. Através de minhas esculturas eu transmito uma mensagem de esperança."
Construir essas esculturas me ajuda a entender as situações que me cercam. É uma maneira de me lembrar, que mesmo que haja um conflito, existe uma solução em que todas as peças podem coexistir pacificamente. Embora existam grandes lacunas em algumas áreas e pequenos buracos em outras, quando vistos de longe, existe grande beleza e harmonia em nossa comunidade. Através de minhas esculturas eu transmito uma mensagem de esperança."
Sayaka Kajita Ganz - Cavalo
Sayaka Kajita Ganz - Águia
Erika Iris Simmons
Erika Iris Simmons |
Erika Iris Simmons é uma artista plástica norte americana, autodidata, que adora a nostalgia do arcaico e trabalha a harmoniosa relação entre os ícones da música popular e as obsoletas fitas k7 e filmes 8 mm, materiais esses, muitas vezes descartados ou doados.
Na série Ghost in the Machine ela retrata ícones da música e do cinema usando as fitas cassetes e pedaços de filmes 8mm para representar figuras humanas como uma extensão de suas canções ou da sua arte cinematográfica, formando uma bonita metáfora.
Inspirando-se numa frase do filósofo Gilbert Ryle (por meio da qual descreve como o seu espírito vive no seu corpo), imaginando que todos nós, na realidade, somos como cassetes, ou seja; pensamentos envolvidos por uma embalagem estranha, a artista abandona o uso de tintas ou pigmentos e decide reciclar velhas cassetes e bobines de filmes antigos, criando extraordinários retratos de figuras famosas ligadas ao mundo da música e do cinema! A sua técnica consiste em desmontar as bobines e as cassetes e reorganizar as fitas e os filmes de uma outra forma, recorrendo algumas vezes ao corte de alguns pedaços, quando se torna necessário.
Erika Iris Simmons - Kurt Cobain
Erika I. S. - Bob Marley
Erika I.S. - Hitchcock
Erika I.S. - Audrey Hepburn
Haroshi
Esse artista, japonês, transforma shapes de skates antigos em coloridas esculturas figurativas, trabalhando principalmente com a deformação e corte da madeira e a combinação de cores. Ao olhar o resultado, o processo parece irreconhecível.
Apaixonado pelo skateboard desde a adolescência, interessa-se por todos os pormenores deste esporte radical, principalmente pelos detalhes da prancha: desde as formas côncavas, às rodas de plástico e metal.
Relutante em descartar as pranchas velhas e partidas, Haroshi começou a colecioná-las.
Hoje, elas tornaram-se o seu instrumento de comunicação e a essência da sua identidade artística. Para construir estas peças tridimensionais, o artista utiliza e empilha várias camadas de pranchas curvas, que divergem em forma (dependendo da fábrica, da marca e do modelo). Com experiência, Haroshi começou a dominar esta técnica difícil e consegue hoje diferenciar todos estes tipos de pranchas. Quando escolhe quais usar para cada trabalho, é altura de cortá-las, dar-lhes forma e sentido e poli-las.
O processo usado pelo artista é inspirado na técnica tradicional japonesa de esculpir Budas, em que 90% das peças resultam da sobreposição de camadas de madeira de forma a poupar material e reduzir o peso da estátua. Haroshi inspirou-se também no artista japonês do século XII, Unkei, que colocava uma bola de cristal no interior das suas estátuas de Buda, no local onde deveria estar o coração. Por isso, as suas peças têm uma peça de skate partida no seu interior, invisível do exterior.
O trabalho de Haroshi tem sido mostrado em várias exposições em diferentes pontos do mundo, a última na Jonathan Levine Gallery, em Nova Iorque. Nesta galeria a sua coleção foi apresentada com o título "Future Primitive", aludindo às raízes tradicionais nipônicas e ao caráter contemporâneo das peças, que usam uma matéria-prima do século XXI e representam imagens presentes na cultura pop.
Haroshi
Haroshi
Haroshi
Haroshi
Paul Villinski
Paul Villinski nasceu em York, Maine, em 1960, e vive e trabalha em Nova York desde 1982. Villinski acredita que sua arte é uma espécie de meditação.
Um piloto de planadores, metáforas de voo aparecem em sua obra. Com uma preocupação permanente para as questões ambientais, seu trabalho freqüentemente reutiliza materiais descartados, efetuando transformações surpreendentes e muita poética.
Paul Villinski - borboletas na loja da Dior
Paul Villinski - Onda de Vinil...
Na obra abaixo, luvas usadas por trabalhadores são unidas em um formato de uma asa, representando a liberdade.
Na obra abaixo, luvas usadas por trabalhadores são unidas em um formato de uma asa, representando a liberdade.
Paul Villinski - Asas feitas de luvas
Para maiores detalhes, revejam a apresentação no prezi:
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