SÍMBOLO E SIMBIOSE - 8ºs Anos
"O artista é criador de uma realidade que poderia ser, abstrai-se do real para poder inferir no mesmo, re/traduzindo a realidade que lhe é oferecida criando um signo: a obra de arte."Márcia Silva, educadora (Arte)
Paredes que falam - Alexandre Orion
Metabioses
Pode-se conferir o diálogo entre a pintura e a fotografia em um mesmo espaço, na obra de Alexandre Orion.
Metabiose de Alexandre Orion
Na obra acima, o designer e artista plástico Alexandre Orion, estabelece um diálogo mais íntimo entre a fotografia e a pintura grafite (stêncil) alocando-as no mesmo espaço como dois organismos inseparáveis na formação de uma imagem. O grafite (stêncil) foi produzido num túnel de São Paulo já com a intenção de ser instalado dentro de um quadro fotográfico.
As imagens geradas por esse processo foram designadas pelo artista como metabioses, por serem o resultado da união da pintura e da fotografia como dois organismos inseparáveis entre si. Isto é, a imagem não seria possível sem a união das duas técnicas.
O grafite como arte de rua surgiu nas grandes cidades norte-americanas, em meados da década de 1980. Inicialmente, eram inscrições feitas com pincel atômico e depois spray.
A princípio, considerado uma arte marginal, o grafite tinha como suporte, para mostrar seu descontentamento em relação aos paradigmas da elite política e econômica, em cores, formas e palavras, as paredes de banheiros públicos, edifícios, becos, casas abandonadas, ônibus, metrôs, trens, orelhões e postes. Hoje, ocupa os espaços oficiais destinados à arte.
Alexandre Orion
Orion é designer e artista plástico, nasceu na cidade de São Paulo, em 1979. Desenha e pinta desde moleque. Aos 13, imerso na cultura do skate e do hip hop, foi pra rua fazer seu primeiro trabalho na parede. Seguiu fazendo graffiti até que começou a fazer tatuagem. As tatuagens com desenhos exclusivos foram uma ponte para a ilustração, depois para a direção de arte de revistas, até que abriu mão de tudo e voltou paras as ruas com o projeto Metabiótica em 2006, que já foi exposto, alem do Brasil, na Argentina, Canadá, França, Holanda, Estados Unidos, Inglaterra.
Em 2010, Orion falou sobre seus trabalhos Metabiótica e Ossário, em entrevista `a revista CULT. “Meus projetos surgem do pensamento, penso muito antes de começar algo. Em Metabiótica, tentei resolver grandes incômodos que tinha em relação ao grafite e à fotografia. Sempre me preocupou a ideia de o grafite ser egoísta, de usar o espaço público para expressar algo pessoal, e eu queria que ele fizesse parte da vida, queria que a cidade não fosse apenas o suporte, mas a plataforma. E na fotografia me aborrecia muito essa carga de verdade que ela tem, essa ideia de que tudo que é fotográfico é real, existe ou existiu.”
As fotografias da série Metabiótica são todas espontâneas, tudo aconteceu de verdade, mas esse diálogo entre pintura e fotografia pode dar uma sensação de desconforto, de que há uma montagem que não existiu.
Na ocasião da inauguração, em 2004, as laterais do túnel Max Feffer em São Paulo, eram amarelas. Poucos meses depois, Orion reparou que haviam ficado pretas. “Por curiosidade, numa madrugada, eu entrei no túnel para ver o que tinha acontecido. Eu achava que era por causa da luz, não imaginei que fosse poluição. Ali descobri que, além de ser pura fuligem, passando o dedo você tirava a sujeira com uma linha de contraste boa.” Ficou com aquilo na cabeça quase dois anos. Levou um tempo para juntar a possibilidade técnica que havia descoberto com o susto de perceber que aquilo era poluição. Assim surgiuOssário, uma das obras que eu particularmente mais gosto e que despertou a atenção das pessoas para a poluição. Conforme se espalhava pela internet ganhou fama de protesto ecológico.
“Ossário foi construída com base na ideia de crime. Temos o crime ambiental que é a poluição, temos o descaso do poder público na manutenção desses túneis, tem a provocação do grafite reverso: o crime do grafite está na tinta, como diz a lei, ou na mensagem? “
A polícia tentou intervir algumas vezes, mas. como não havia crime, ia embora. A única maneira de impedir a intervenção era lavar o túnel, e assim foi.
Após 17 madrugadas de trabalho, a prefeitura apareceu para lavar apenas os 300 metros em que Alexandre havia feito a intervenção.
METABIÓTICA
Arte, menos poluição
Para mais detalhes, reveja a apresentação da aula:
Apresentação do prezi: http://prezi.com/4j3yh-yotchp/simbolo-e-simbiose/
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