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O Olhar Brasileiro - 6ºs Anos

                O Olhar Brasileiro - 6ºs Anos





 Olhar Brasileiro


A diversidade e o modo de vida do povo brasileiro foram traduzidas em imagens sob o ponto de vista de artistas estrangeiros como Debret.
Entre os incontáveis artistas nacionais que retrataram a essência do povo brasileiro, resultado da miscigenação étnica que formou a população, está Di Cavalcanti.



Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu no Rio de Janeiro, em 1897. Aos 17 anos, fazia ilustrações para a Revista Fon-Fon; em 1917 mudou-se para São Paulo, para estudar Direito.
Quando garoto, Di Cavalcanti costumava brincar na chácara da avó, jogar futebol na rua e fazer desenhos, que sua mãe depois bordava em guardanapos, e é hoje um dos nomes mais representativos da arte brasileira.
Di Cavalcanti contava o que via e o que vivia, em sua obra, seja no desenho, na caricatura ou na pintura, o que se pode perceber é o cotidiano das pessoas comuns. A obra de Di Cavalcanti retrata, portanto, o cotidiano da sociedade brasileira de seu tempo, aquilo que seu olhar pôde perceber.

 
  Revista Fon - Fon

 São Paulo - 1917

Faculdade de Direito - Largo de São Francisco

 Semana de Arte Moderna - São Paulo

Da esquerda para direita: Victor Brecheret, Di Cavalcanti,
Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Hélio Seelinger


Em 1922, criou o catálogo para a Semana de Arte Moderna. Em 1923, viajou para a Europa e expôs em Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Na França conheceu Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie e Jean Cocteau. Em 1926, já no Brasil, ingressou para o partido comunista.
Fora preso em 1932, e durante o Estado Novo refugiava-se da perseguição getulista. Em Paris, no ano de 1938, entre as idas e vindas, trabalhou na rádio Diffusion Française.
Depois da Segunda-Guerra, ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Na primeira Bienal de São Paulo, em 1951, doou mais de 500 desenhos para o MAM de São Paulo. Em 1956, participou da Bienal de Veneza, Itália; e recebeu o prêmio de Trieste.
Na década de 60, recebeu Medalha de Ouro na Bienal do México; em Paris, participou da “Exposição de Maio”. Durante o golpe de 64, volta a viver na França. Em 1971, recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Faleceu em 26 de outubro de 1976, no Rio de Janeiro.

1. Samba, 1925:

Di Cavalcanti pinta temas genuinamente brasileiros, o cotidiano da sociedade de sua época. Embora tenha residido em São Paulo por diversas vezes, era apaixonado pela vida boêmia do Rio de Janeiro. Assim, pintava cenas do carnaval, bares noturnos e festas populares.

Samba, Di Cavalcanti

2.Cinco Moças de Guaratinguetá, 1930:

Neste quadro de fortes contrastes cromáticos e influência cubista, Di Cavalcanti revela o seu apreço pelo desenho e o cuidado conferido na relação entre os volumes e os planos.

Cinco Moças de Guaratinguetá, 1930

3. Retrato de Noêmia, 1936:

Neste retrato de sua esposa – Noêmia e Di Cavalcanti permaneceram casados de 1933 a 1947 -, o artista revela influências do expressionismo alemão.

Retrato de Noêmia, 1936

4. Mulata, década de 50:

O tema favorito de Di Cavalcanti eram as mulheres, preferencialmente as mestiças e mulatas, que para o artista representavam a diversidade brasileira. Suas mulheres eram coloridas e sensuais.

Mulata, década de 50

5. Os Pescadores, 1951:

Di Cavalcanti acreditava que uma das principais funções da arte era o engajamento social. Assim, buscava retratar pessoas de todas as classes, compondo, como em um mosaico, uma identidade nacional.

Os Pescadores, 1951

Para mais detalhes, não deixe de rever a apresentação da aula:



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